Nestes dias, poderíamos pensar em uma impressionante passagem da peça dramática de Ionesco, O rei está morrendo, que traz a fala da Rainha Maria, a única que ama no drama, capaz de suplicar ao rei moribundo que ele possa amar, amar despropositadamente. O amor é, segundo sua crença, tão forte quanto a morte: “Se você amar despropositadamente, se amar sem limites, a morte se retirará. Se você, se você me amar, se você amar a tudo, o medo será novamente absorvido. O amor carrega você. Entregue-se a ele, e o medo cede. O mundo é curado, tudo se torna novo, o vazio se torna pleno”.
Ionesco. O rei está morrendo in HAN, Byung-Chul. Morte e alteridade, p. 11.