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A máscara do fascismo

Tenho visto muitas máscaras de fascismo espalhadas pelos ambientes burocráticos da esfera política, entre elas estão o completo descaso dos parlamentares em discutir uma reforma política e a escandalosa indiferença com que tratam os casos de corrupção da máquina administrativa, bem como a inteira apatia em ouvir as vozes das ruas, que são os desejos da sociedade.

Um dado do Relatório Global de Felicidade, da ONU, salta aos nossos olhos, é que a corrupção é um dos fatores que impede, e muito, o brasileiro de ser o povo mais feliz do planeta. Informação recentemente publicada em site da Exame: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/onu-revela-o-que-impede-a-felicidade-do-brasileiro

Enquanto o dinheiro público se esvai pelos ralos de obras superfaturadas, licitações escusas e outros meios de desvios de verbas públicas, grande parte dos que governam investe na tentativa de enganar os outros, a massa mal paga e menos esclarecida, com discursos evasivos, sabendo que o povo cairá, como sempre, nas mesmas armadilhas ou conversas de antes. Tal comportamento, por si só, já é carregado de fascismo!

Há pouco tempo assisti a uma palestra, na internet, da filósofa Márcia Tiburi, professora da Universidade Mackenzie de São Paulo, para quem o fascismo poderia ser descoberto com a seguinte pergunta: o que você acha do povo? Se alguém; um político, professor, jornalista, escritor, enfim, respondesse que o povo é ignorante, não entende nada, não está nem aí pra nada, este sim é um fascista.

O fascista acredita que os outros são idiotas, bobos e tolos, não servem para nada, a não ser para servir-lhe ou obedecer-lhe. O fascista impossibilita o diálogo porque não aceita um outro ponto de vista, uma outra ideia, uma outra pessoa, no fundo, não admite uma alteridade.

Lendo uma entrevista de Marilena Chauí para a Revista Cult de Agosto de 2013, pude sentir a cristalina diferença entre violência revolucionária e a fascista com relação às manifestações populares de junho: “(…) Lênin dizia assim: ‘Há uma coisa que a burguesia deixou e que nós não vamos destruir: o bom gosto e as boas maneiras’. Ora, não estamos num processo revolucionário para dizer o mínimo! Se não se está em um processo revolucionário, se não há uma organização da classe revolucionária, se não há a definição de lideranças, metas e alvos, você tem a violência fascista! Porque a forma fascista é a eliminação do outro. A violência revolucionária não é isso. Ela leva à guerra civil, à destruição física do outro, mas ela não está lá para fazer isso. Ela está lá para produzir a destruição das formas existentes da propriedade e do poder e criar uma sociedade nova. É isso que ela vai fazer. A violência fascista não é isso. Ela é aquela que propõe a exterminação do outro porque ele é outro. Não estamos num processo revolucionário e por isso corremos o risco da violência fascista contra a esquerda (mesmo quando vinda de grupos que se consideram ‘de esquerda’)”.

É no encontro com o outro, com minha alteridade que me dirijo para uma dimensão de profunda experiência humana, social e coletiva.

O movimento interno e externo de uma revolução não se faz sozinho, porque ninguém pensa sozinho, ninguém vive sozinho. É preciso criar encontros com os outros a fim de promover uma felicidade possível, um mundo mais verdadeiro, onde todos não tenham medo de encarar a sua vergonha e queiram, assim, tirar a máscara do engano, do lixo nocivo da corrupção e do fascismo.

Diferentemente do fascista, implica dizer como Slavoj Zizek: “Não sou eu. Sou só uma ferramenta. Estamos todos servindo a história”.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva

Bel. em Teologia, Licenciado em Filosofia, Esp. em Metafísica e em Estudos Clássicos pela UnB/Archai/Unesco.

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PROEMI 2014 – Provocações Filosóficas: Músicas, Cinema e Literaturas

PROEMI 2014 – PROVOCAÇÕES FILOSÓFICAS: MÚSICAS, CINEMA E LITERATURAS

PROPOSTA DA DISCIPLINA DE FILOSOFIA PARA O CONTRATURNO

As oficinas do Programa do Ensino Médio Inovador 2014, na Escola Estadual Teônia Amaral de Florânia/RN, estarão começando nesta segunda-feira, dia 24/03 a partir das 19h. Estudos e trabalhos das oficinas “Provocações filosóficas” acontecerão às segundas e quintas-feiras de cada semana. Os estudantes interessados deverão procurar o professor responsável pela oficina ou a direção da Escola para fazerem suas inscrições.

EMENTA: Sendo a Filosofia uma atividade da razão que nos conduz a pensar por conta própria e uma experiência eminentemente existencial que nos faz dialogar com o mundo e suas exigências, pretendemos com as “provocações filosóficas” abrir caminhos, trilhas, de acesso às questões mais vitais que o homem fora capaz de fazer. Temas como a liberdade, a angústia, a morte, o amor, a justiça, o poder, a vida, o outro, o trabalho, a política, Deus, o desejo, enfim, fluem possivelmente da audição de uma simples música popular ou erudita; da projeção de um filme brasileiro ou estrangeiro; e, sobretudo, da leitura de obras de autores nacionais e também estrangeiros. Partir das produções musicais, do cinema e das literaturas mais diversas é a ousadia nossa para provocar em nós as manifestações mais estranhas, comoventes e curiosas, próprias do filosofar.

OBJETIVOS: Instigar o hábito de provocar discussões a partir da audição de uma música que lhe dá prazer. Estimular o estudante a compreender suas músicas, seus filmes e seus livros (literatura de seu interesse). Possibilitar a construção cultural de seus valores através da música, dos filmes e dos livros. Fortalecer a formação da identidade (subjetividade) por meio de filmes educativos com abordagens filosóficas. Procurar apresentar aos estudantes uma filosofia bem popular presente nos estilos musicais. Promover uma forma de interpretação crítica da filmografia brasileira e estrangeira. Pontuar obras da literatura brasileira e estrangeira que tratem da temática filosófica. Provocar a leitura de textos variados de modo filosófico. Aprender a não só entreter-se com a música, o cinema e suas leituras, mas a tirar destes uma mensagem de reflexão para a vida.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS:

1ª Etapa: março, abril e maio – Estilos musicais. Principais nomes da música popular brasileira. Alguns músicos estrangeiros de forte influência em nossa cultura. Música de sentido filosófico que trabalha com conteúdos políticos, éticos e sociais.

2ª Etapa: julho, agosto e setembro – Principais cineastas brasileiros e estrangeiros e seus estilos. Filmes históricos que marcaram nossa cultura pela relevância e abordagem temática. Documentários interessantes para nossa reflexão. Curtas que exploram os problemas e conflitos humanos.

3ª Etapa: outubro, novembro e dezembro – Destacar algumas obras literárias, tipo romances, crônicas, poesias, contos que dialogam com o universo temático da Filosofia clássica e contemporânea. Textos de escritores como Clarice Lispector, Machado de Assis, Manoel Bandeira, Nelson Rodrigues, João Guimarães Rosa, Platão, Dostoievski, Shakespeare e muitos outros serão trabalhados e, de alguma forma, estudados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, MARIA Helena Pires Martins. Filosofando: Introdução à Filosofia. – 4 ed. – São Paulo: Moderna, 2009.

CHAUI, Marilena. Filosofia – série Brasil. São Paulo: Ática, 2005.

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 12ª. ed. São Paulo: Ática, 2002.

GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Romance da história da filosofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

GALLO, Sílvio. Ética e cidadania. Caminhos da Filosofia. 20ª ed. São Paulo: Papirus, 2011.

LALANDE, André. Vocabulário técnico e crítico de filosofia. S. Paulo: Martins Fontes. 1999.

LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

PLATÃO. A República. Col. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

PONDÉ, Luiz Felipe. Guia Politicamente incorreto da Filosofia. São Paulo: Leya, 2012.

RODRIGUES, Nelson. O óbvio ululante: primeiras confissões crônicas. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: veredas. 19ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

SHAKESPEARE, W. Tragédias. São Paulo: Nova Cultural, 2003.

VV.AA. Filosofia. Ensino Médio. 2ª ed. Curitiba: SEED-PR, 2006.

Prof. Jackislandy Meira de Medeiros Silva

Bel. em Teologia, Bel. e Licenciado em Filosofia, Esp. em Metafísica, Esp. em Estudos Clássicos.

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